Meus irmãos Umbandista vamos nos unir para acabar com esta agonia da nossa Umbanda, vamos levantar a bandeira da Umbanda ir de verdade e não só dentro dos terreiro, ou nos trabalhos, vamos gritar para o mundo, divulgar e mostrar que somos Umbandista e somos felizes por isto, não vamos nos esconder atrás de nenhuma religião porque temos a nossa religião maravilhosa que trabalha para o bem, para caridade, para o amor e para o cristo, existem altos e baixo, claro que sim, se não tivesse altos e baixo com teríamos aprendizados.
Então meus irmãos vamos vesti esta camisa e levantar esta bandeira como todas as outra religiões fazem.
Um forte Abraço de Luz.
LEIAM O TEXTO E DIVUGEM:
Recentemente participamos de um debate no
forum da RBU, onde surgiu novamente o assunto do crescimento ou diminuição do
número de praticantes da religião umbandista.
Achei que seria interessante registrar aqui no
Blog de estudos algumas considerações sobre este tema.
Quem é umbandista atuante e não mero
frequentador de Terreiros, já teve oportunidade de participar de debates
semelhantes sobre esta questão, ou já ouviu de algumas lideranças que
“existem milhões de umbandistas no Brasil”.
Quando buscamos dados mais consistentes sobre
o número real umbandistas e as informações obtidas não confirmam a afirmação
acima, a resposta é que o método utilizado pelo IBGE no censo é errado, ou que
existe muito preconceito sobre a religião e as informações são manipuladas, ou
que o Umbandista é preconceituoso e se esconde atrás de outras religiões, como
a Católica ou o Espiritismo.
Existem aqueles que ainda se comportam como no
mito do avestruz que enterra a cabeça no chão quando se sente
acuado, não querem saber de nada, se escondem e acham que a umbanda vai muito
bem, que os Orixás cuidam de tudo, que tudo é bobagem, perda de tempo etc…
Já faz
alguns anos que pesquisamos sobre esta questão, em 2002 escrevemos um texto
onde fazíamos um levantamento dos dados estatísticos do IBGE
de 1991 e 2000.
Em
1991 segundo dados do Censo existiam no Brasil 648.463 pessoas que se diziam praticantes de
Umbanda ou Candomblé, já em 2000 este número se reduziu para 571.329 o
que mostrava uma redução significante de 11,89% no número dos praticantes.
Segue abaixo imagens dos dados fornecidos pelo
IBGE:
É interessante registrar que nesta época
o número de praticantes do Candomblé era bem inferior ao número de praticantes
da Umbanda.
Mesmo com estas informações, que consideramos
seguras, técnicas e que servem de base para diversas políticas públicas, nossos
irmãos umbandistas continuavam a criticar as informações e defenderem o
“mito” de que existiam milhões de umbandistas no Brasil.
É incrível como as pessoas se iludem e possuem
resistência a aceitar informações reais, positivas e lógicas.Quando da
realização do Censo de 2010 fizemos uma verdadeira campanha com vídeos, textos,
e-mail´s para que os Umbandistas, que por algum motivo, se escondiam atrás de
outras religiões que assumissem que eram Umbandistas e não espíritas ou
Católicos.
O resultado do censo 2010 saiu e para nossa
decepção, o número de umbandistas continuava a diminuir.
Quando
participamos recentemente deste debate no fórum da RBU, fizemos uma pesquisa
rápida no Google e localizamos um texto de 2004 do professor Antônio
Flávio Pierucci com
o título de “Bye bye, Brasil” – o declínio das religiões tradicionais no Censo
2000.
O link do texto completo encontra-se no final
deste artigo.
Antônio
Flávio Pierucci faleceu em junho de
2012, era sociólogo, professor e chefe do departamento de sociologia da
USP, filósofo, autor de vários livros e artigos sobre religião,
pesquisador do CEPRAB e secretário geral da Sociedade Brasileira para o
Progresso da Ciência – SBPC, ou seja, uma pessoa gabaritada para estudar e
falar sobre as informações fornecidas pelo IBGE.
Neste artigo Pierucci comenta sobre a retração
numérica da umbanda, reproduzimos abaixo um pequeno trecho:
“Nos anos de 1960 era comum nos meios
intelectuais, acadêmicos ou não, referir-se à umbanda como aquela, dentre as
religiosidades afro-brasileiras, que parecia ter sido feita de encomenda não só
para os negros, mas “para todos os brasileiros”. The Umbanda is for All of Us é
o título de um mestrado defendido na Universidade de Wisconsin pela demógrafa e
socióloga paulista Maria Stella Ferreira Levy. Isso foi em 1967.
Nesse mesmo ano, precisamente em 1967, o
Serviço de Estatística Demográfica, Moral e Política do Ministério da Justiça
informava a quem pudesse interessar que o número de umbandistas no Brasil
estava na casa dos 240 mil – 240.088, para sermos exatos – e, além disso,
mostrava que os brasileiros frequentadores de centros de umbanda estavam
aumentando de forma notável naquela década, quase triplicando, visto que os
registros do mesmo órgão para o ano de 1964, só três anos antes, haviam chegado
à existência de apenas 93.395 umbandistas. Pelos estudos de Lísias Nogueira
Negrão, especialista no tema, a década seguinte é que assistiria,
particularmente no período de 1974 a 1976, “o momento culminante do crescimento
da umbanda”, religião que se queria “afro” porém “para todos”, noutras
palavras: étnica e universal.
Desde que surgiu no Rio de Janeiro na década
de 1920, e já nas décadas de 1930 e 1940 começava a se disseminar pelo tecido
urbano mais moderno do País, o das cidades grandes da região mais desenvolvida,
o Sudeste, a umbanda foi vista como uma religião brasileira; para alguns, a
religião que melhor encarnava a tradição sincrética nacional. A perspectiva da
construção de uma identidade nacional esteve sempre à mão entre os
intelectuais, pelo menos desde a República, o que desde logo favoreceu toda uma
boa vontade com a umbanda. Afirmativamente afro e marcantemente popular, ela
não se fechava etnicamente em sua negritude, mas se oferecia brasileiramente a
todos os brasileiros. Pensava suas raízes como plenamente brasileiras e não
simplesmente africanas. E povoava o panteão de deuses africanos, os orixás, com
suas “linhas” de espíritos desencarnados de personagens tipicamente
brasileiros: índios, caboclos, baianos, boiadeiros etc. O africanismo
brasileiro em sua forma umbandista desde sempre se apresentou e se representou
como uma “mistura típica”, “bem nacional”, de ingredientes de proveniência
diversa, porém, ressignificados como autóctones. Isso o imunizou de qualquer
pudor de embarcar nas diferentes ondas de nacionalismo cultural que se
manifestariam em nossa história republicana a partir dos anos de 1930.
Apesar da incensada “brasilidade” da umbanda,
apesar do desejado impacto demográfico que aos olhos dos estudiosos sua
recepção mereceria ter para ela assim consolidar-se no concerto (multi)cultural
das religiões em nosso País, ela começou a entrar em refluxo já na década de
1980. É o que informa Lísias Negrão. E desde então, ao que tudo indica, não
parou mais de encolher aos poucos, recolhendo-se pouco a pouco, em sua
fragilidade e modéstia.
A Tabela 4, que reúne dos três últimos censos
demográficos as porcentagens referentes aos principais conjuntos religiosos,
comparece neste artigo antes de tudo pela informação agregada que fornece a
respeito das religiões afro-brasileiras. Impactados desde a Tabela 2 pelas
diminutas cifras com que tanto a umbanda quanto o candomblé se mostram no censo
2000, vemos agora pela Tabela 4 que a perda de seguidores no conjunto dos
cultos afro-brasileiros é lenta, gradual e contínua nas duas últimas décadas do
século XX.
Dos 0,57% de brasileiros que declaravam
pertencer à umbanda ou ao candomblé em 1980, apenas 0,44% o fazem em 1991 e em
2000 ainda menos: 0,34%.
A partir de 1991, quando o IBGE passou a
separar umbanda de candomblé, tornou-se possível discernir qual das duas está
perdendo terreno: é a umbanda, que cai de 541.518 em 1991 para 432.001
seguidores em 2000 (uma perda superior a cem mil adeptos), enquanto o
candomblé, no mesmo período cresce de 106.957 para 139.329 participantes (um
acréscimo superior a trinta mil adeptos). “
Confirmamos pelo artigo do professor Pierucci
o que já tínhamos afirmado em 2002, o número oficial de umbandistas vem caindo
gradativamente e para nós que somos umbandistas, que sabemos da beleza e da
profundidade de conhecimentos e espiritualidade que esta religião possui, não
podemos ficar inertes neste momento.
É preciso chamar mais uma vez os verdadeiros
umbandistas a reflexão e a uma tomada de posição.
Vale destacar, do que foi apresentado acima,
alguns questões para reflexão e possível mobilização por partes dos
interessados, que neste caso somos todos nós umbandistas.
a) Enquanto o número de adeptos das religiões
afro-brasileiras e católica diminui, o número de adeptos das religiões protestantes
aumenta, da mesma forma que aumentam o número dos que não possuem religião e
dos espíritas.
Qual o motivo que estaria afastando as pessoas
das religiões ditas afro-brasileiras, neste caso representadas pelo Candomblé e
pela Umbanda?
O que estaria motivando as pessoas a seguirem
os protestantes, os Espíritas ou deixarem de ter uma religião (o que não
significa serem ateus).
Esta reflexão seria interessante, pois
poderíamos encontrar um caminho para estimular novos adeptos a religião de
umbanda e da mesma forma repensarmos algumas características da umbanda.
b)Outra questão importante é registrar que no
último Censo, o número de umbandistas diminuiu, enquanto o número de
praticantes do Candomblé teve um pequeno aumento.
Qualquer um percebe que aumentou muito nos
últimos anos os chamados Umbandomblés, que infelizmente acabam misturando
fundamentos de religiões totalmente diferentes, gerando, em nossa humilde
opinião, um monstro sem pés ou cabeças.
Particularmente acreditamos que este
pequeno crescimento do número de adeptos do Candomblé foi em função do
aumento das casas de Umbandomblé.
O que motivaria uma pessoa que segue uma
religião a procurar outra e ainda querer continuar na antiga?
Seria a falta de fé nos seus guias e
protetores?
Seria a falta de conhecimento sobre sua
religião?
Seriam interesses financeiros, pois todos
sabem que na Umbanda somente se pratica o amparo espiritual de forma gratuita,
enquanto no Candomblé existem varias formas de cobranças, através de ebós,
trabalhos diversos, jogos de búzios, etc…
Em 2007 fizemos uma reunião no Núcleo Mata
Verde e recebemos a presença de alguns Babás de Umbanda e Candomblé onde tive a
oportunidade de conversar com alguns.
Fiquei estarrecido com o que ouvi. Ao
perguntar se o Pai comandava um Terreiro de Umbanda ou de candomblé recebi de
alguns a resposta: Sou de candomblé mas também “toco” umbanda. (Particularmente
não gosto desta expressão “toco umbanda”)
Ao perguntar qual o motivo de fazer esta
mistura respondiam “ o povo gosta”, ou outra resposta muito comum, fiquei
com alguns problemas e precisei me fortalecer no candomblé.
Outra resposta muito comum era que “o Santo
pediu” para ir para o Candomblé, mas acabei “carregando meu Caboclo e meus
Exus” e agora preciso cuidar deles.
Aqui encontramos três questões importantes.
1)Não se deve seguir uma religião porque o
povo gosta, da mesma forma que não se segue uma religião para atrair pessoas
para cobrar, para viver financeiramente da fé e da carência humana.
Na Umbanda cada Dirigente possui sua profissão,
seja ela qual for.
2)É um absurdo você passar por uma fase
difícil em sua vida, e neste momento, que você necessita provar a sua fé,
no momento que você precisa mostrar sua “firmeza”, você vai procurar
outra religião por achar mais forte que a sua e se submeter a outra pessoa.
Lembramos que estamos nos referindo aos
Dirigentes de Tendas e Terreiros de Umbanda e não a simples participantes
ou médiuns iniciantes.
3)Outra questão absurda é você deixar de ser
umbandista, ir para o Candomblé e “levar” seus Guias e protetores, e o pior de
tudo, ter que cuidar dos seus guias.
Ora meus irmãos, não somos nós que cuidamos
dos nossos guias, são eles é que cuidam de nós.
Com toda certeza esta pessoa que não tem fé na
Lei da Umbanda e abandona seus Guias e Protetores, Caboclos e Pretos Velhos,
não está levando Guia algum para o Candomblé.
Com toda certeza está “levando” um punhado de
obsessores ou Kiumbas, que se fazem passar por Caboclos ou Pretos Velhos.
Melhor seria dizer que está sendo conduzida por Kiumbas.
4)Quero tocar em mais uma questão delicada
que exige cuidado dos Umbandistas.
Infelizmente existe no meio das
religiões Afro-brasilerias, um movimento político que quer a todo custo
relacionar a intolerância religiosa com o preconceito racial e também mobilizar
os umbandistas para a questão da homossexualidade ou homoafetividade.
São questões sociais importantes, questões
ligadas as liberdades individuas que devem ser discutidas, mas de forma
adequada, independentes de religião e nunca relacionando a Umbanda com estas
questões.
A Umbanda ensina e nos mostra uma vida
espiritualizada, universalista, muito acima de questões materiais, de raças ou
preferências sexuais.
Com toda certeza, estes movimentos radicais de
minorias estão prejudicando, muito mais que ajudando no fortalecimento da
Umbanda.
5)A última questão que acho importante para
uma reflexão é a independência da Umbanda de outras religiões ditas de “Matriz
Africana”.
Particularmente acredito que para fortalecemos
a Umbanda é necessário urgentemente buscarmos a nossa individualidade como
religião.
Já mencionei acima que existem diferenças
enormes entre culto de Nação e Umbanda.
Culto de Nação tem como característica
principal a questão cultural, a preservação da cultura africana, a tradição de
um povo, dos seus valores, a valorização dos negros, o que deve ser assim e
deve ter o apoio de todos nós brasileiros.
Já a Umbanda é uma religião de origem
brasileira, universalista, não vinculada a nenhuma raça e aberta a todos.
Trabalhamos com espíritos que se manifestam em
falanges de várias nacionalidades e características, e não somente do povo
africano.
O próprio conceito de Orixá que é a parcela
africana na umbanda, é interpretado e cultuado na Umbanda de maneira bem
diferente do Candomblé ou do culto original africano.
Já passou da hora de termos federações que
sejam somente de umbandistas, que se preocupem somente com questões e
interesses umbandistas e outras federações que sejam somente de Candomblé ou
Nação e que se preocupem com questões que sejam somente do Candomblé.
Não é possível colocar na mesma mesa assuntos
de ambas religiões, pois todos sabemos que existem fundamentos totalmente
diferentes e com todo certeza irão contrariar uma ou outra parte.
Em momentos que se façam necessários poderemos
juntar forças, mas que cada uma tenha sua individualidade.
Este assunto é muito longo para ser abordado
neste pequeno artigo, em breve estaremos abrindo alguns temas que foram
abordados acima em outros textos.
Saravá Umbanda!
São Vicente, 18/05/2013
Manoel
Lopes – Dirigente do Núcleo Mata Verde
Referências:
“Bye
bye, Brasil” – o declínio das religiões tradicionais no Censo 2000
Ola, boa noite: vou me permitir e dar outra explicação sobre o fato em questão, com o título: POR QUE NÃO HÁ MAIS CONVERTIDOS? - é simples: em todas as casas de Umbanda em que visitei, nunca me chamaram para participar ativamente da gira. Eles fazem uma "panelinha" e olham os que estão "assistindo" a roda na assistência de cima para baixo. Insisti em participar de uma casa, durante mais de 3 meses (segunda, quarta e sexta) demonstrei interesse em ser parte atuante do grupo e não me convidaram. Se esta mesma condição de menosprezo ao interessado ocorrer na maioria das casas de Umbanda e Candomblé, está explicado porque estas duas religiões tão lindas, não crescem. Saravá!
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